quarta-feira, 4 de março de 2009

Vivência

Vivência
Naldo Velho

Dentro de minha mala
eu carrego muitas coisas.
acumuladas por muitas
e muitas jornadas,
por trilhas, atalhos, escolhas,
algumas delas erradas.
Tantas dúvidas e incertezas,
quantas coisas guardadas....
Carrego o suor dos amantes
O encanto, a paixão e a poesia
O sentimento não compartilhado,
muitas histórias não terminadas
e a dor de um amor sofrido
Carrego também
saudade de amigos, de entes queridos
que em alguma lugar do passado
seguiram por outro caminho
Dentro de minhas malas
eu carrego muitas coisas.
A armadura, a cincatriz, o conflito,
o guerrilheiro de olhar cansado,
o andarilho em busca de abrigo,
o nobre, o juiz, o bandido, o feiticeiro,
o anjo, o banido.
Dentro de minas malas
muitas coisas pesadas,
a aflição, o medo, a espera,
o arrependimento, a culpa, o pecado,
a obrigação de fazer o bem feito
e desta feita fazer direito.
A obrigação de construir os meus templos
profanados pela ação do tempo
Dentro de minha mala
eu carrego muitas esperanças,
carrego o ingênuo, o sonhador, a criança,
a certeza de reencontrar o inimigo
e fazer dele um novo amigo.
Carrego o santo, o mago, o diabo,
um sorriso para ser ofertado,
o carinho do ser apaixonado,
que muitas vezes adormece cansado
mas amanhece sempre renovado
e vai em busca de uma nova morada

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